Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
Conforme o Instituto de Cardiologia, que assumiu a gestão do Hospital Regional, no período de 9 de julho e 31 de outubro, foram atendidos 845 pacientes no Ambulatório de Doenças Crônicas, encaminhados pelas unidades básicas de saúde dos 32 municípios que compõem a 4ª Coordenadoria Regional de Saúde (4ª CRS). No total, 5.982 consultas e 702 exames foram realizados nesses quatro meses.
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Atualmente, o ambulatório especializado tem capacidade para atender entre 20 e 25 pessoas por dia. A equipe é formada por médicos de diferentes especialidades, além de enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas e educadores físicos. A expectativa da direção é que, em breve, o consultório de oftalmologia também esteja disponível aos pacientes atendidos.
- A oftalmologia será a quinta especialidade do ambulatório. Constantemente, estamos revisando os processos de atendimento e os fluxos. Uma das nossas missões é ajudar a capacitar a rede básica de saúde, atuando junto com ela e qualificando-a. Em um turno, o paciente faz o que levaria, normalmente, anos - concluiu Mery Martins Neto, diretor técnico do Regional.
Morador de Restinga Sêca, o aposentado Ildo Londero, 61 anos, faz tratamento particular para diabetes e hipertensão.
- Levaram quatro anos para me chamar no posto de saúde para ter o atendimento com os especialistas. Se todo lugar fosse assim, seria muito bom, né? - comenta o aposentado.
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Dona Leonilda Matos, 61 anos, mora em Santiago e é hipertensa e diabética. Na última terça-feira, ela veio a Santa Maria acompanhada do marido, Antônio Cezar Sampaio, 62 anos, e passou pelo circuito de consultas com os profissionais. Ela aprovou o modelo de atendimento do Regional.
- É a primeira vez que eu consulto aqui, mas o médico avaliou e achou melhor passar para cá, pois o nível de diabetes estava oscilando muito. Gostei, achei muito bom. A gente espera um pouquinho, mas é bem atendido pelos médicos. Vale a pena.
ATENDIMENTOS NO AMBULATÓRIO
Conforme o Instituto de Cardiologia, 845 pacientes foram atendidos no ambulatório, no período entre 9 de julho e 31 de outubro
Especialidade e consultas
- Enfermagem - 837
- Psicologia - 639
- Assistente social - 577
- Nutricionista - 671
- Farmacêutica clínica - 443
- Fisioterapeuta - 433
Especialidade e de consultas
- Educador físico - 422
- Cardiologista- 649
- Nefrologista - 357
- Endocrinologista - 407
- Vascular - 547
- Total - 5.982 consultas
MUNICÍPIOS QUE MAIS ENVIARAM PACIENTES
- Santa Maria - 397 (46,98%)
- Santiago - 133 (15,73%)
- São Sepé - 58 (6,86%)
- Toropi 52 - (6,15%)
- Restinga Sêca - 34 (4,02%)
EXAMES REALIZADOS
Entre 9 de julho e 31 de outubro
- Ecodoppler Aorto Abdominal - 7
- Ecodoppler Aorto Renal - 9
- Ecodoppler Arterial Unilateral - 9
- Ecodoppler Arterial Bilateral - 6
- Ecodoppler Carótidas e Vertebrais - 162
- Ecocardiograma com Mapeamento de Fluxo a Cores - 179
- Ecocardiograma com Stress Farmacológico - 10
- Ecocardiograma de Stress Físico (bicicleta) - 1
- Eletrocardiograma - 140
- Holter de 24 horas - 21
- MAPA (Monitorização Ambulatorial de Pressão Arterial) de 24 horas - 40
- Teste Ergométrico convencional - 72
- Ecodoppler Unilateral Venoso - 3
- Ecodoppler Venoso Bilateral - 4
- Raio-X - 39
- Total de exames realizados - 702
ARTICULAÇÕES TAMBÉM PASSAM PELA CÂMARA E PELA ASSEMBLEIA
Outra frente que também está fiscalizando o andamento do contrato sobre o Hospital Regional, entre o governo do Estado e o Instituto de Cardiologia, passa pela Câmara de Vereadores. No último dia 22, a Comissão de Saúde e Meio Ambiente do Legislativo foi até o hospital para verificar as instalações do complexo.
Para o presidente da comissão, o vereador Luciano Guerra (PT), é preciso um movimento político para avançar até a abertura dos primeiros leitos.
- O que nos deixa com o coração apertado é chegar lá e ver a estrutura, que poderia estar em pleno funcionamento, com apenas aquela parte do ambulatório. Fizemos todos os movimentos possíveis, mas a pressão que a gente tem que fazer não é aqui, é em Porto Alegre. Essa é a nossa luta - avalia.
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O vice-presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, o deputado estadual Valdeci Oliveira (PT), aguarda a formação da equipe da saúde do futuro governo do Estado para dar andamento ao debate.
- A gente espera que o futuro governo, de fato, faça acontecer aquilo que a sociedade há muito tempo espera, que é a abertura efetiva e verdadeira do Hospital Regional. Até agora, ele foi aberto de mentirinha, pois não tem nenhum leito. Todo mundo está correndo para o Husm (Hospital Universitário de Santa Maria), e ninguém aguenta mais - observa o deputado.
Uma ação civil pública chegou a ser instaurada no Ministério Público Estadual para investigar a forma como o hospital foi aberto e o contrato em vigência. Segundo o promotor de Justiça Fernando Chequim Barros, o processo foi remetido à Promotoria de Justiça em Porto Alegre, que vai averiguar os fatos.